“Ecossistema significa um complexo dinâmico de comunidades vegetais, animais e de microorganismos e seu meio inorgânico que interagem como unidade funcional. Ecossistemas costeiros podem ser descritos como sistemas naturais ou artificiais, limitados por um espaço físico, onde interagem fatores bióticos (biológicos) e abióticos (físicos, químicos, geológicos, oceanográficos), caracterizando determinadas estruturas e funções. Devido à sua riqueza biológica, os ecossistemas costeiros são os grandes berçários naturais, tanto das espécies características desses ambientes como de outros animais que migram para as áreas costeiras durante a fase reprodutiva” (SERAFIM; HAZIN, 2006, p.101).
Esses ecossistemas têm importância preponderante para as atividades econômicas de regiões costeiras, sem contar que a fauna e a flora associadas a esses ecossistemas constituem ricas fontes de alimentos para os humanos (peixes, moluscos, crustáceos). Lagunas, estuários, enseadas e baías são considerados os ecossistemas mais produtivos da biosfera.
Segundo Serafim & Hazin (2006, p. 106),
A zona costeira brasileira abriga um mosaico de ecossistemas de alta relevância ambiental. Ao longo do litoral alternam-se mangues, restingas, campos de dunas e falésias, baías e estuários, recifes e corais, praias e costões, planícies intermarés e outros ambientes importantes do ponto de vista ecológico. Enfim, os espaços litorâneos possuem significativa riqueza em termos de recursos naturais e ambientais, que vem sendo colocada em risco, em decorrência da intensidade do processo de ocupação desordenada.
A pressão exercida sobre os ecossistemas brasileiros deve-se a uma série de impactos cumulativos advindos de atividades antrópicas. Entre as questões-chaves destacam-se: a destruição de manguezais e recifes de corais; poluição marinha provenientes de diversas fontes; apropriação indevida de fontes hídricas para apoiar o desenvolvimento urbano próximo às áreas costeiras; entre muitas outras.
“Sempre que a extração ou a degradação ambiental danifica uma função ecológica, a perda de produção resultante indica-nos o custo social envolvido. As bacias hidrográficas e os manguezais, por exemplo, protegem as reservas de peixes e as áreas costeiras” (COMISSÃO NACIONAL INDEPENDENTE SOBRE OS OCEANOS, 1999, p. 102).
A diversidade dos ecossistemas da costa brasileira é marcada preponderantemente pela transição entre ambientes terrestres e marinhos, fato que lhe confere caráter demasiadamente de fragilidade, e que por essa razão, se faz imprescindível adotar medidas que possibilitem a exploração racional e sustentável da zona costeira brasileira. A implementação de políticas públicas deve abranger um planejamento integrado entre a proteção ambiental, desenvolvimento econômico e uso que a sociedade faz do espaço. Deste modo, “A zona costeira do Brasil apresenta situações que dependem de ações tanto corretivas quanto preventivas para planejamento e gestão, no sentido de atingir padrões de desenvolvimento sustentável, isto é, com modos de utilização socialmente justos, economicamente viáveis e ambientalmente adequados” (SERAFIM; HAZIN, 2006, p. 128).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- COMISSÃO NACIONAL INDEPENDENTE SOBRE OS OCEANOS. O oceano ... nosso futuro: Relatório da Comissão Mundial Independente Sobre Os Oceanos. Trad. CRESPO, A. Rio de Janeiro: Interciência, 1999.
- SERAFIM, C. F. S.; HAZIN, F. O ecossistema costeiro. In: CHAVES, P. de T. (Org.); SERAFIM, C. F. S. (Coord.). O mar no espaço geográfico brasileiro. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria da Educação Básica, 2006. (Coleção explorando o ensino, v. 8). p.101-131.
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